John Wick da vida real: conheça a história de Marcus Luttrell

Para quem não se lembra (impossível, mas vamos lá), a história de John Wick começa quando o protagonista perde sua amada esposa Helen para uma doença terminal.

Antes dela partir definitivamente, ela deixa para John uma linda beagle chamada Daisy, que o ajudaria a lidar com o luto.

John Wick
John Wick (2014) – Reprodução: Youtube

Como era de se esperar, John Wick termina criando uma forte relação com a pequena e ela o acompanha a vários lugares, chegando até a dormir com ele em sua cama.

Tudo ia muito bem até que ele para em um posto de gasolina e se encontra com uns russos, cujo líder, Iosef Tarasov (interpretado por Alfie Allen) se apaixona pelo 1969 Mustang Boss 429 do nosso protagonista.

Ao se recusar em vender seu carro ao mafioso, os russos o seguem e descobrem onde John mora.

Eles invadem a casa para roubar o carro e dão uma surra no protagonista. Para piorar a situação, os gangsters matam Daisy e vão embora com o carro, deixando John bastante ferido.

Confesso que essa parte da morte da pequena Daisy me fez chorar (e me faz lacrimejar agora, enquanto escrevo este texto) à época e, para mim, é um dos filmes mais tristes de todos os que eu já vi, simplesmente por esse motivo: a morte da beagle.

Porém, depois de toda a violência e destruição que deixaram para trás, o que ninguém imaginaria é que esse grupo despertaria o lado mais violento de um dos assassinos mais letais do mundo inteiro, que está decidido a se vingar de todos aqueles que lhe causaram sofrimento.

Depois da morte de Daisy, o personagem de John Wick empreende uma missão assassina, onde, de pouco a pouco, ele vai matando a todos os que estiveram conectados com o roubo do seu carro, com a morte da cachorrinha e pela destruição de sua casa.

Tudo isso fez que a ira dos velhos inimigos ressurgisse, o que obriga a John se tornar um fugitivo que tem um preço altíssimo por sua cabeça.

John Wick
John Wick (2014) – Reprodução: Youtube

Tudo bem que boa parte da história é ficção, mas a trama de John Wick está baseada em um caso real, onde um outro homem precisou lidar com a morte de um cachorrinho que era a personificação e lembrança viva de pessoas queridas que ele perdeu ao longo de sua vida.

John Wick pode não existir na vida real, mas Marcus Luttrell sim. Foi ele quem inspirou parte do enredo da franquia que é um sucesso internacional e campeão de bilheteria.

Quem inspirou a história de John Wick?

Apesar de que as histórias terminam sendo bastante diferentes logo após esse trágico incidente, o “verdadeiro” (se é que podemos chamá-lo assim) John Wick se chama Marcus Luttrell, um SEAL aposentado e foi o único soldado sobrevivente em uma missão em 2005, onde ele e seu grupo enfrentaram vários talibãs no Afeganistão.

A história de Luttrell também inspirou o filme O Grande Herói (Lone Survivor), de 2013. Dirigido e escrito por Peter Berg, o filme traz no papel principal Mark Wahlberg, quem interpreta Marcus Luttrell.

Lone Survivor
Lone Survivor (2013) – Reprodução: Youtube

No filme, segundo a Wikipédia, o Team 10 dos SEAL falha em uma missão, a Operação Red Wings, que tinha como objetivo capturar ou matar um líder talibã durante a guerra no Afeganistão.

Com Luttrell sendo o único sobrevivente da missão no Afeganistão, os médicos diagnosticaram o soldado com estresse pós-traumático, e, para ajudá-lo, eles dão a ele um cachorro para que pudesse ser seu companheiro.

Assim, então, Luttrell chama de Daisy a cachorra, que eram as iniciais de seus companheiros mortos durante a missão.

Eram eles:

  • “D” por Daniel Phillip Dietz Jr.,
  • “A” por Matthew Gene ‘Axe’ Axelson,
  • “S” pelo apelido do próprio Luttrell (Southern Boy) e
  • “Y” por Yankee, que era um dos apelidos de Michael Patrick Murphy.
Marcus Luttrell
Da esquerda para a direita: Matthew Axelson, Daniel R. Healy, James Suh, Marcus Luttrell, Eric S. Patton and Michael P. Murphy. Reprodução: Wikimedia Commons

Assim como no filme de John Wick, Marcus e Daisy criaram um forte vínculo e a cachorra estava ajudando Marcus a melhorar. Mas a história dos dois teria uma mudança trágica.

No dia 2 de abril de 2009, o som de um disparo o acordou na madrugada e quando Marcus foi checar o que estava acontecendo, ele viu que alguém disparou em sua cachorra.

Ainda de acordo com o testemunho de Marcus, os criminosos também espancaram a cachorra com um taco de beisebol.

Daisy, Marcus Luttrell, John Wick
Daisy – Reprodução: Youtube (GreatAmericans DotCom)

Sem entender e completamente transtornado, ele começa a investigar até que ele descobre quem foram os autores de tamanha crueldade.

Quando ele soube quem eram os autores, ele decidiu que não dispararia, nem os mataria, mas decidiu que não deixaria nenhum dos assassinos em paz.

Ele empreendeu uma perseguição atrás dos criminosos e acabou delatando todos eles para a polícia, antes que ele perdesse a pista de onde eles estavam.

Assim, Alfonso Hernández e Michael Edmonds foram identificados e apreendidos. Edmonds confessou e foi condenado a 5 anos de prisão, mas em liberdade condicional.

Já Hernández foi levado a júri e condenado a 2 anos de prisão e a pagar uma multa de 1000 dólares pelo dano provocado a Marcus.

Conseguindo ter justiça, Marcus disse que considerava Daisy como um membro de sua família e queria que a Justiça castigasse ambos assassinos com todo o peso da lei.

Anos mais tarde, em entrevista aos jornais norte-americanos, Luttrell disse que perdoou a vida de ambos, porque Hernández e Edmons já tinham matado muitas pessoas.

Mesmo que Marcus Luttrell não seja um assassino de aluguel, como o carismático John Wick, sua história de perseguição para descobrir a identidade dos assassinos de sua cachorra inspiraram boa parte de John Wick.

Inclusive, o nome da cachorrinha que Helen deixa para John se chama Daisy, que termina sendo a última e única lembrança que ele tem de sua esposa, enquanto que para Luttrell, a cachorra era a ligação entre ele e seus companheiros falecidos em missão.

Atualmente Marcus comanda a Lone Survivor Foundation, com sede em Houston, no Texas. Na instituição, militares feridos em guerra e seus familiares recebem apoio para questões com saúde, bem-estar e terapia para que consigam fazer a transição para casa.

Em julho de 2021, ele acabou perdendo seu último companheiro: Mr. Rigby, um labrador, que faleceu aos 16 anos por causas naturais. Atualmente ele tem outros cachorros.

Marcus Luttrell and Mr. Rigby
Marcus Luttrell e Mr. Rigby – Reprodução: Instagram

Perguntas frequentes

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Marcus Luttrell era um SEAL, hoje aposentado, e foi o único soldado sobrevivente em uma missão em 2005, onde ele e seu grupo enfrentaram vários talibãs no Afeganistão.

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