Tudo sobre alergias caninas: o que são, quais são os tipos e quais são os tratamentos

As alergias caninas são reações do sistema imunológico a substâncias estranhas, conhecidas como alérgenos, que são encontradas no ambiente ou na dieta do cão.

As alergias caninas são bastante comuns e podem ocorrer devido a uma série de fatores, que pode ser desde a alimentação deficiente em nutrientes, questões ambientais ou até mesmo devido a algum transtorno interno ou o uso constante de produtos químicos que causam incômodos aos cães.

Infelizmente, as alergias caninas são uma condição que afeta muitos cães em todo o mundo. Quando nossos amigos de quatro patas começam a se coçar, lamber e esfregar o corpo em objetos para aliviar a coceira, podemos interpretar esse quadro como sendo um sinal de que eles estão sofrendo de alguma alergia.

As alergias caninas são reações do sistema imunológico a substâncias estranhas, conhecidas como alérgenos, que são encontradas no ambiente ou na dieta do cão. Assim como os humanos, os cães também podem desenvolver alergias a uma variedade de substâncias, como pólen, ácaros, pulgas, alimentos e produtos químicos. Essas substâncias desencadeiam uma resposta alérgica no organismo do cão, levando a uma série de sintomas desconfortáveis.

São três os tipos alergias que atacam a maior parte da população canina: alergias alimentares, alergias de contato e alergias ambientais.

Tudo sobre alergias caninas
Foto: Pexels/Rachel Claire

As alergias de contato em cães ocorrem quando a pele entra em contato com substâncias irritantes ou alérgenos. Isso pode incluir produtos de limpeza, produtos químicos, tecidos sintéticos ou mesmo certos tipos de plantas. Os sintomas geralmente se manifestam como coceira, vermelhidão, erupções cutâneas e irritação localizada na área de contato. Evitar o contato com os alérgenos conhecidos e usar produtos de cuidado pessoal suaves para cães pode ajudar a aliviar os sintomas.

Alergias caninas: dermatite alérgica à picada de ectoparasitos (DAPE)

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Foto: Pexels/Erik Karits

A dermatite alérgica à picada de ectoparasitas (DAPE) é uma condição dermatológica comum em cães, causada por uma reação alérgica a picadas de ectoparasitas, como pulgas, carrapatos e ácaros. Essa condição pode causar desconforto significativo ao animal e requer atenção e cuidados veterinários adequados.

A DAPE ocorre quando o sistema imunológico do cão reage exageradamente às picadas de ectoparasitas. Em cães predispostos geneticamente, a saliva do ectoparasita, especialmente das pulgas, desencadeia uma resposta imune alérgica, resultando em uma série de sintomas cutâneos.

Sintomas da DAPE

1. Coceira intensa: o cão afetado pela DAPE apresenta um prurido intenso e persistente, principalmente nas áreas onde ocorreram as picadas de ectoparasitas.

2. Lesões cutâneas: a coceira excessiva leva a lesões na pele, como vermelhidão, crostas, feridas abertas e perda de pelos. Essas lesões podem ficar suscetíveis a infecções secundárias.

3. Irritação e inflamação: a pele afetada fica irritada, inflamada e sensível ao toque.

4. Lambedura excessiva e mastigação: o cão pode lamber ou morder constantemente as áreas afetadas, buscando alívio temporário da coceira.

5. Feridas de “hot spot”: a coceira intensa e a autolesão podem levar ao desenvolvimento de feridas de “hot spot”, que são áreas úmidas e inflamadas na pele.

Diagnóstico e tratamento da DAPE

Um veterinário qualificado pode realizar exames e avaliações para diagnosticar a DAPE. O diagnóstico é baseado nos sintomas apresentados pelo cão, histórico médico, exame físico e, em alguns casos, em testes específicos, como testes cutâneos ou sorológicos.

O tratamento da DAPE é multifacetado e visa aliviar os sintomas, controlar a infestação de ectoparasitas e reduzir a resposta alérgica do sistema imunológico do cão. As opções de tratamento podem incluir:

1. Medicamentos antipulgas e carrapaticidas: é essencial tratar e prevenir infestações de pulgas, carrapatos e outros ectoparasitas, utilizando produtos recomendados pelo veterinário.

2. Medicamentos anti-inflamatórios e corticosteroides: esses medicamentos podem ser prescritos para controlar a coceira e reduzir a inflamação na pele afetada.

3. Medicamentos imunossupressores: em casos graves, quando outros tratamentos não são eficazes, podem ser prescritos medicamentos que suprimem a resposta imunológica do cão, reduzindo assim a reação alérgica.

4. Terapia tópica: cremes, loções ou sprays tópicos podem ser recomendados para aliviar a coceira, hidratar a pele e auxiliar na cicatrização das lesões cutâneas.

5. Cuidados com a higiene: é importante manter a higiene adequada do animal, com banhos regulares utilizando produtos específicos recomendados pelo veterinário. Isso ajuda a remover os ectoparasitas e reduzir a coceira.

6. Controle ambiental: é essencial adotar medidas para controlar os ectoparasitas no ambiente em que o cão vive, como aspirar regularmente a casa, lavar roupas de cama do animal e utilizar produtos adequados para o controle de pulgas e carrapatos no ambiente.

7. Dieta especial: em alguns casos, uma dieta específica pode ser recomendada para fortalecer a saúde da pele e reduzir a resposta alérgica.

É importante ressaltar que o tratamento da DAPE pode exigir acompanhamento veterinário contínuo e personalizado, pois cada caso é único. O veterinário é a pessoa mais indicada para fornecer orientações adequadas de tratamento, levando em consideração a saúde geral do cão e suas necessidades individuais.

Alergias ambientais

As alergias ambientais em cães são geralmente causadas por alérgenos encontrados no ambiente, como pólen, ácaros e mofo. Essas alergias são semelhantes às alergias sazonais que os humanos enfrentam. Os sintomas incluem coceira intensa, espirros, coriza, olhos lacrimejantes e, em casos mais graves, dificuldade respiratória.

O tratamento pode envolver medicamentos para aliviar os sintomas e medidas para reduzir a exposição aos alérgenos, como manter o ambiente do cão limpo e livre de poeira.

Alergias caninas: dermatite atópica

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Foto: Unsplash/Michael Oxendine

A dermatite atópica é uma doença de pele comum em cães, geralmente causada por alergias a substâncias presentes no ambiente. Os primeiros sintomas incluem coceira intensa, vermelhidão, descamação da pele e feridas. É importante identificar e evitar os alérgenos que desencadeiam essa condição, além de fornecer cuidados adequados à pele do animal.

Ela é uma condição de pele crônica e inflamatória que afeta tanto cães como humanos. É uma doença genética que resulta em uma resposta exagerada do sistema imunológico a substâncias ambientais comuns, como pólen, ácaros, fungos e certos alimentos.

Sintomas da dermatite atópica

Os sintomas da dermatite atópica em cães podem variar, mas geralmente incluem:

1. Coceira intensa: os cães afetados tendem a se coçar excessivamente, lamber ou morder áreas afetadas da pele.

2. Vermelhidão e inflamação da pele: a pele pode ficar avermelhada, irritada e inflamada, especialmente nas axilas, virilhas, orelhas, focinho e patas.

3. Feridas e lesões cutâneas: devido à coceira persistente, podem ocorrer lesões cutâneas, arranhões, crostas, feridas e perda de pelos.

4. Infecções secundárias: a coceira constante e a lesão da pele podem permitir a entrada de bactérias e levar a infecções secundárias.

Diagnóstico e tratamento da dermatite atópica

É importante ressaltar que é fundamental consultar um médico veterinário para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento adequado para o seu animal de estimação. No entanto, o tratamento da dermatite atópica em cães é focado em controlar os sintomas e minimizar as reações alérgicas. As opções de tratamento incluem:

1. Controle ambiental: reduzir a exposição do cão a alérgenos ambientais, como pólen, ácaros e fungos, pode ajudar a diminuir os sintomas. Isso pode ser feito através de medidas como a limpeza regular da casa, uso de capas em colchões e travesseiros, aspiração frequente e manter o cão em ambientes livres de alérgenos sempre que possível.

2. Medicamentos: medicamentos podem ser prescritos para aliviar os sintomas e reduzir a inflamação da pele. Isso pode incluir anti-histamínicos, corticosteroides, imunossupressores e antibióticos para tratar infecções secundárias. No entanto, é importante seguir as orientações do veterinário quanto à dosagem e duração do tratamento, pois alguns medicamentos podem ter efeitos colaterais.

3. Terapia tópica: cremes, loções e shampoos específicos podem ser utilizados para acalmar a pele, reduzir a coceira e prevenir infecções secundárias.

4. Imunoterapia: em casos graves e persistentes, a imunoterapia alérgeno-específica pode ser recomendada. Isso envolve a administração de vacinas personalizadas que ajudam a dessensibilizar o sistema imunológico do cão em relação aos alérgenos específicos aos quais ele reage.

Esse tipo de tratamento consiste na administração regular de pequenas quantidades dos alérgenos identificados no cachorro, a fim de dessensibilizar o sistema imunológico e reduzir a resposta alérgica. Esse tratamento requer paciência, pois os resultados podem levar meses para serem percebidos, e deve ser supervisionado de perto pelo veterinário.

5. Xampus e condicionadores especiais: O uso de shampoos e condicionadores especiais pode ajudar a aliviar a coceira e a irritação da pele do cachorro com dermatite atópica. Esses produtos são formulados para acalmar a pele, hidratá-la e reduzir a inflamação. É importante escolher produtos recomendados pelo veterinário, pois cada cachorro pode ter necessidades específicas.

6. Mudanças na dieta: Em alguns casos, a dermatite atópica pode ser desencadeada ou agravada por alergias alimentares. Nesses casos, o veterinário pode recomendar uma dieta especial, com ingredientes limitados ou hipoalergênicos, a fim de evitar a reação alérgica. É importante seguir rigorosamente a dieta recomendada e evitar qualquer alimento que possa causar uma resposta alérgica no cachorro.

Alergias alimentares

As alergias alimentares em cães ocorrem quando o sistema imunológico reage a certos ingredientes presentes na comida do animal. Os sintomas mais comuns incluem coceira intensa na pele, problemas digestivos como vômitos e diarreia, além de problemas de ouvido. Identificar a fonte exata da alergia alimentar pode ser um desafio, mas com a ajuda de um veterinário, é possível realizar um teste de eliminação para determinar quais alimentos estão causando a reação alérgica.

Alergias caninas: hipersensibilidade alimentar (HA)

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Foto: Pexels/Bethany Ferr

A hipersensibilidade alimentar canina (HA) é uma condição em que o cão desenvolve uma resposta imunológica adversa a certos alimentos. Ela é diferente das alergias alimentares, que envolvem uma outra resposta imunológica específica do tipo IgE. A HA é geralmente uma resposta imunológica do tipo IgG, que é mais sutil e pode ser mais difícil de identificar.

Sintomas da hipersensibilidade alimentar

Os sintomas da hipersensibilidade alimentar em cães podem variar, mas geralmente envolvem problemas de pele e digestivos. Os sintomas cutâneos podem incluir coceira intensa, erupções cutâneas, vermelhidão, feridas, perda de pelos e infecções de pele recorrentes. Os sintomas digestivos podem incluir diarreia crônica, vômitos, flatulência e inchaço abdominal.

A hipersensibilidade alimentar em cães ocorre quando o sistema imunológico reage de forma exagerada a certos alimentos, resultando em uma resposta alérgica. Essa reação pode ser desencadeada por ingredientes específicos presentes na dieta do animal. Os sintomas mais comuns dessa condição podem incluir:

1. Problemas de pele: Os cães com hipersensibilidade alimentar podem apresentar uma variedade de problemas de pele, como coceira intensa, vermelhidão, inflamação, erupções cutâneas, descamação e irritação. Eles podem lamber ou morder áreas afetadas, o que pode levar ao surgimento de feridas ou infecções secundárias.

2. Problemas gastrointestinais: Alguns cães com hipersensibilidade alimentar podem apresentar problemas gastrointestinais, como vômitos, diarreia, flatulência, dor abdominal, náuseas e perda de apetite. Esses sintomas podem variar em gravidade, dependendo da sensibilidade individual do cão a determinados alimentos.

3. Problemas de ouvido: A hipersensibilidade alimentar também pode estar associada a problemas de ouvido em cães. Eles podem desenvolver infecções recorrentes no ouvido, coceira persistente no canal auditivo e acúmulo de cera. Esses sintomas podem ser resultado de uma reação alérgica aos alimentos consumidos.

4. Problemas respiratórios: Em casos mais graves, a hipersensibilidade alimentar em cães pode levar a sintomas respiratórios, como espirros frequentes, tosse, congestão nasal e dificuldade respiratória. Esses sintomas podem ocorrer devido à inflamação nas vias respiratórias causada pela reação alérgica.

É importante observar que esses sintomas também podem estar relacionados a outras condições de saúde em cães, por isso é crucial consultar um veterinário para um diagnóstico adequado. O profissional realizará exames clínicos, verificará o histórico alimentar e, se necessário, fará testes de eliminação para identificar os alimentos responsáveis pela hipersensibilidade alimentar.

Ao notar qualquer um desses sintomas em seu cão, é recomendado buscar orientação veterinária para um diagnóstico preciso. O veterinário poderá fornecer um plano de tratamento adequado, que pode envolver a exclusão dos alimentos desencadeantes da dieta do cão e a introdução de uma dieta especial hipoalergênica.

Lembre-se de que cada cão é único, e é essencial seguir as recomendações do veterinário para garantir o bem-estar e a saúde do seu animal de estimação.

Diagnóstico e tratamento

É importante destacar que o diagnóstico e o tratamento devem ser realizados por um médico veterinário, pois cada caso é único e requer uma abordagem individualizada.

Diagnóstico da hipersensibilidade alimentar canina

O diagnóstico da hipersensibilidade alimentar em cães pode ser um desafio, pois os sintomas podem se sobrepor a outras condições de saúde. O veterinário seguirá um processo de eliminação para identificar os alimentos que estão causando a reação alérgica no cão. Os passos comuns para o diagnóstico incluem:

1. Histórico alimentar: O veterinário realizará uma entrevista detalhada com o proprietário do cão para obter informações sobre a dieta atual e anterior do animal. Isso incluirá os alimentos consumidos, as marcas específicas e qualquer mudança na dieta recente.

2. Exclusão de alérgenos: Em muitos casos, o veterinário pode recomendar uma dieta de exclusão. Isso envolve alimentar o cão com uma dieta especial que contém ingredientes limitados, que o animal não tenha consumido anteriormente. Durante esse período, o veterinário observará se os sintomas diminuem ou desaparecem, o que pode indicar uma possível hipersensibilidade alimentar.

3. Testes de provocação: Após o período de exclusão, o veterinário pode introduzir gradualmente diferentes alimentos para identificar quais causam a reação alérgica. Esse processo é conhecido como teste de provocação e é realizado com cuidado para observar qualquer retorno dos sintomas.

4. Testes de alergia: Em alguns casos, o veterinário pode recomendar testes de alergia específicos, como testes intradérmicos ou exames de sangue. Esses testes podem ajudar a identificar alérgenos específicos aos quais o cão está reagindo, auxiliando no desenvolvimento de um plano de tratamento personalizado.

Tratamento da hipersensibilidade alimentar canina

Uma vez que a hipersensibilidade alimentar é diagnosticada, o veterinário irá desenvolver um plano de tratamento adequado às necessidades do cão. As opções de tratamento podem incluir:

1. Dieta de exclusão: Se determinados alimentos forem identificados como causadores da hipersensibilidade alimentar, o veterinário recomendará uma dieta de exclusão permanente. Isso envolverá a seleção de uma dieta hipoalergênica especial que não contenha os ingredientes identificados como desencadeadores da reação alérgica.

2. Dietas comerciais especiais: Existem dietas comerciais disponíveis no mercado que são formuladas especificamente para cães com hipersensibilidade alimentar. Essas dietas são feitas com ingredientes limitados e selecionados para minimizar as chances de reação alérgica. O veterinário pode recomendar uma dieta comercial apropriada para o cão.

3. Suplementação: Em alguns casos, o veterinário pode recomendar suplementos alimentares específicos para auxiliar na saúde da pele e na redução da inflamação. Isso pode incluir ácidos graxos ômega-3, antioxidantes ou probióticos, dependendo das necessidades individuais do cão.

4. Acompanhamento e monitoramento: O veterinário acompanhará o progresso do cão e fará ajustes no tratamento, se necessário. É importante manter um diálogo constante com o veterinário e relatar quaisquer mudanças ou novos sintomas observados.

É fundamental seguir rigorosamente as orientações do veterinário e garantir que o cão receba uma dieta adequada e livre de alérgenos. Além disso, o cuidado com a pele e a higiene do ambiente também são importantes para minimizar o risco de reações alérgicas.

Lembrando que cada cão é único, e o tratamento pode variar de acordo com a gravidade dos sintomas e a resposta individual do animal. Consultar um veterinário experiente é essencial para obter um diagnóstico preciso e um plano de tratamento eficaz para a hipersensibilidade alimentar canina.


*Nota: As informações e sugestões contidas neste artigo têm caráter meramente informativo. Elas não substituem, em hipótese alguma, o aconselhamento e acompanhamentos de médicos, médicos veterinários, nutricionistas, psicólogos, profissionais de educação física e outros especialistas.
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Jimena Bautista
Jimena Bautista
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